Mais do Mesmo - a caminho da obsolescencia

Tetas abduzidas daqui

O boom dos blogs no Brasil havia me trazido uma esperança: leitura interessante e conteúdo nem sempre abordado pelos veículos tradicionais da imprensa.

No entanto, passados alguns anos desde que comecei a realmente aproveitar essa ferramenta como leitor, a grande maioria deles migrou para a fórmula CONTEÚDO = [crtl+c] +[ctrl + v].

O mesmo tema, a mesma imagem, muitas vezes que não agregam valor a quem lê acabam se repetindo, como um grande vírus, pior que a gripe suína, contaminando e inserindo bytes em páginas em branco. Isso tudo, na esperança de um clic que transforme a navegação de um leitor em alguns centavos via algum programa de propaganda (da qual este blog também participa).

Como os links e banners aqui visíveis provam, não recrimino a capitalização do potencial intelectual disperso pelo mundo cibernético (uma expressão démodé, em homenagem ao encaminhamento para a obsolescência).

Muito mais do que tetas e xoxotas, ou qualquer outro meio de pornografia. Muito mais que o adsense ou lomadee. Algo maior do que asneiras ditas ao vento. Além disso tudo, podemos ter nas ferramentas disponíveis inclusão digital convertendo em inclusão social. Mas no mar da imbecilidade no qual, eu, o Vicente e toda a gente estamos navegando, e as vezes nós mesmos nos afogando, fica difícil ter a mente clara para produzirmos algo que agregue valor ao nosso dia.

Outro fator que dá continuidade a isso tudo é que toda informção que cai na internet tratamos como "cú de bêbado", ou seja, agimos de acordo com a "lenda" de que aquele orifício não tem dono. É mais do que hora, quando se fala em uma comunidade global (seguindo a linha fora de moda), de darmos crédito a todo conteúdo (imagem, texto ou informação) que achamos relevante e abduzimos via "salvar como". Por fim, é de atitudes pequenas como essas que podemos inserir elementos capazes de fazer diferença nesse marasmo que está virando a dona internet e, talvez, num sonho que tenho, transformar toda essa parafernália eletrônica que nos cerca em ferramentas para vivermos melhor, sabermos mais, compartilhar conhecimento e pensar um mundo com uma visão mais crítica indo além da auto-promoção ou do lucro.

Sonho de um franciscano? Talvez.

A índole humana não é para isso? Não sei, a minha pelo menos é, e a sua?